WALLACE SIMÃO BARRETO: UM VALENTE!

Esta é a entrevista dada pelo empresário Wallace Simão Barreto à última edição da revista CHIQUE! Divirtam-se a aprendam com ele!

O começo
Desenhando uma linha do tempo, Wallace Simão Barreto, 54 anos a completar em 31 de dezembro, delineia: “Quando eu casei, pensava só em empreender. Nasci em Coronel Fabriciano e fui criado em Mantena. Lá não havia geração de emprego. Então, com 17 anos, fui emancipado e comprava e vendia café, além de cuidar da lavoura do meu pai. Pensei que iria fazer isso a vida toda. Em 1987 o café, que no ano anterior estava a 300 dólares a saca, caiu para 30 dólares. Todo mundo quebrou, inclusive meu pai. Era véspera do casamento e eu, que até então era um playboy montado em moto e carro zero quilômetro, pensei: e agora? Vim para o Bugre recém-casado e montei uma fábrica de tijolos. Cheguei a ter 12 empregados, mas o barro era de péssima qualidade e a empreitada só durou um ano.”
Foi graças a um tio que Wallace chegou até a Pedreira Um & Valemix, empresa sediada em Timóteo. Ali, ele vendeu concreto durante 14 anos e construiu a independência financeira. A paixão pelo trato da terra veio cedo, quando Wallace e Rô se casaram, ele com 21 anos, ela com 18, e o pai dele, Wilson Simão, vendeu-lhe o sítio da família, o tal de que ele falou aqui em cima, no Bugre. Era pequeno, 13 hectares, mas Wallace transformou-o em altamente produtivo com coco e café irrigados, feijão, tudo junto dava lucro! “Eu trabalhava de vendedor de concreto da Valemix durante a semana e no fim de semana eu suava a camisa no sítio. Nas minhas andanças pelas obras, fui sendo convidado para empreitar pequenas construções. Como eu, naquela altura, era um distribuidor da argamassa da Valemix, dei prosseguimento a esse novo empreendimento até que uma pessoa, acreditando no meu potencial, investiu em mim e o primeiro edifício construímos permutando o terreno em apartamentos. E seguimos, eu com 36 anos, e o Fernando Rocha, o conhecido Fernando da Mística, em alusão às lojas que ele e a mulher, Andréa, mantinham no Vale do Aço.

A fazenda
Há dois anos Wallace comprou uma fazenda que já operava há 40 anos. “A gente somente incrementou, dando continuidade ao que existia. A ideia de investir em terra surgiu com a venda da Giganet, empresa de internet que ele havia criado anos atrás. “Numa conversa com a Rô, chegamos à conclusão que a gente não tem sofrimento de aplicar dinheiro no banco… passamos pela vida sem ter dinheiro aplicado. Sempre investindo e empreendendo. A ideia foi da Rô: por que você não compra uma fazenda? Você sempre falou em mexer com gado, soja… E eu: soja! Então vai ser isso.”
Aí, entra na história Alguém que permeia a vida de Wallace: Deus. Frequentador da Igreja Batista Missionária do bairro Iguaçu, em Ipatinga, há 33 anos, Wallace defende que não é da igreja, mas está na igreja, e que seu relacionamento direto é com Deus. O empresário havia pressentido d’Ele, uns tempos antes, sem contar com o dinheiro da Giganet, de ser sócio em um avião particular. Quando a ideia da compra da fazenda foi aventada, o avião estava chegando. E não é que a primeira viagem foi para conhecer aquela que seria a WR Agropasto, em Manga, no semiárido mineiro, média de 42 graus de calor? “Sem o avião, não teria como eu adquirir aquelas terras, tão longe. Agora, em duas horas de viagem estou lá.” E leia-se por lá terras e mais terras com plantação de coco, soja, feijão e manga, muita manga. Uma das maiores plantações de manga do estado de Minas. São 250 hectares e previsão de colheita, em 2024, de quatro milhões de quilos. E, naquela região, a fruta fica maravilhosa. Para não queimar com o sol causticante, Wallace contrata trabalhadores para … passar filtro solar em cada manga!
Toda vez que Wallace vai para a fazenda a Rô vai junto.

Rosana, família e esportes na vida de Wallace
“Nós temos uma história de amor que é exemplo para meus filhos, minha nora e meu genro. Uma paixão logo de início, ela com 14 anos, eu com 17, compromisso, fogo, paixão, uma benção, e de lá pra cá uma cumplicidade muito gostosa. Rô participa de tudo, estamos sempre juntos e curtimos viagens-escapulidas só nós dois. E a gente chega da viagem e ainda tem muito assunto.” Sobre uma postagem dela no Instagram, com os pés dos dois sobrepostos, ele conta: “Todas as noites nos deitamos para ver filmes e nossos pés ficam entrelaçados”, comemora.
Wallace é super ligado em esportes. A academia que ele tem em casa é continuamente utilizada, preparando-o para as competições de kart, para o trekking e para as corridas.
Hoje, além dos filhos Larissa – casada com Pedro Donato – e Igor, de casamento marcado para o ano que vem com Luiza Batista, Rô e Wallace têm a netinha Manuela, presente de Larissa e Pedro que tem transformado a rotina do casal em felicidade plena.

O equilibrista
Sobre sucesso, Wallace tem um conceito rigoroso e fantástico: “As pessoas se preocupam em dizer que têm o foco no financeiro. Eu não. Procuro buscar o sucesso em todas as áreas. É difícil? É. Mas aí eu dependo mais de Deus.” No livro que irá lançar em dezembro, escrito em um ano, ele explica a conquista como um equilibrista rodando vários pratos em hastes, tal e qual nos circos. “Qual o preço dessas conquistas? O primeiro prato é meu relacionamento com Deus; o segundo é meu relacionamento com a Rô; o terceiro é com os filhos; o quarto é com o trabalho; o quinto é com a igreja, que é diferente do relacionamento com Deus; tem o lazer, o hobby, o esporte; os amigos. Todos os pratos têm que rodar na mesma sintonia. Eu não posso deixar nenhum cair.”


OS VALENTES
O nome dado aos empregados da WR Construtora e da WR Agropasto veio de uma passagem da Bíblia, livro que Wallace afirma ler todos os dias, ao acordar e meditar. Fugindo para o deserto por causa da perseguição do rei Saul, Davi leva com ele os improváveis, que foram crescendo a tal ponto de ser o exército mais poderoso de seu tempo, com cerca de 600 componentes. Davi e seus valentes, como eram chamados. E Wallace diz que suas empresas hoje têm 700 empregados e pouquíssima rotatividade.
Por que improváveis? “Pela ótica espiritual, somos improváveis na medida em que eu, sem curso superior, qual a chance que tinha? Quando minha fábrica de tijolos quebrou, eu não fui a zero: fiquei foi devendo! Eu sou o primeiro improvável da WR.” Mas Wallace se esquece de dizer que ele foi, também, o primeiro valente!
O senso de pertencimento dos empregados é total, avalia Wallace.

Viagens com os Valentes
“A Rô diz que gosta de gente, mas que eu gosto de muita gente! Assim surgiram as viagens, desde a cachoeiras nos arredores da região a grupo de 100 pessoas pra São Paulo, Gramado todo ano com 20, 30 pessoas, subida ao Dedo de Deus, em Teresópolis, com duas vans de valentes, Orlando, com os parques da Disney inteiramente pagos para 16 pessoas pela WR; dois ônibus de valentes para assistir, em São Paulo, à peça O Fantasma da Ópera e visitar o Salão do Automóvel… Para Santiago do Chile foram 19, tinha gente que nunca tinha saído de Ipatinga e estava lá, esquiando! Outro dia a empresa fechou uma sala de cinema no Shopping Vale do Aço para um filme, e uma das valentes confessou que, mesmo residindo em Ipatinga, nunca havia ido ao centro de compras!” Qual o critério para a escolha dos convidados? Não tem, diz Wallace. “Vou orando, pedindo a Deus iluminação, conversando com um e outro, e a lista sai. Às vezes, o que começou com uma van termina com dois ônibus. E eu vejo que, um ou outro, desperta para viajar”, comemora.
A minha curiosidade vai além: como preparar um valente? “Alguns valentes ligados a mim tiveram um treinamento pessoal direto comigo, como os empregados da engenharia e do escritório. Assim, fomos organizando o segundo escalão, o terceiro, o quarto… falamos a mesma língua e, tanto, que me vejo na fala de empregados: Queira Deus, É isso ou aquilo outro são frases fáceis de escutar até nos canteiros de obras. Tenho encarregados que estão conosco há 18 anos. Gosto de estar junto deles, contribuir com o bem-estar de cada um. Não é para eles melhorarem no trabalho; faço porque gosto, porque fico feliz.

O livro
“Meu livro foi uma direção muito clara de Deus. Às vezes, Ele fala conosco e a gente não se apercebe. Estou lendo a Bíblia pela 26ª vez, me atenho a alguns livros e faço meditação de duas horas todos os dias. Numa certa manhã, escutei claramente: “Wallace, quero que você escreva um livro contando a história de sua vida e colocando nele os princípios bíblicos que aprendeu ao longo de sua trajetória. Na hora pensei: não tenho o dom da escrita, não tenho competência… mas veio uma paz e um desafio gigante. Passada uma semana, meu primo Lucinho, homem de oração, pastor em Belo Horizonte, me passou uma mensagem por ter tido uma inspiração de me ver escrevendo um livro sobre minha trajetória.
Foi um ano escrevendo esse livro, em jejum e oração. Finais de semana sem comer, pedindo a Deus, buscando, me lembrando de passagens importantes… Em dezembro deverei lançá-lo com uma boa divulgação. Quero zero lucro dele, pelo contrário. Vou reinvestir em marketing, divulgação, doação, eu vou fazer tudo o que puder para que o maior número de pessoas possível leia esse livro, porque é uma forma de eu falar do reino de Deus. Nos eventos que formos fazer nas obras, entregarei um para cada valente”, esse será o presente de Natal que darei junto ao Chester.”

Futuro
Não faço planos e estratégia a longo prazo. Cinco e dez anos, nem pensar. Meu planejamento para as empresas é seis meses, para minha vida pessoal é hoje. Assim me esvazio de ansiedade. Aprendi isso na oração do Pai Nosso: “O pão nosso de cada dia nos dai hoje”, observa. “Ansiedade é sempre preocupação com o futuro; depressão é estar agarrado ao passado. O segredo dos pratos (do malabarista) é você tentar viver o dia. E não é fácil, mas a minha meta é essa. Estou sempre alimentando a WR com terrenos para os próximos lançamentos. Por hora, serão dois ou três para Governador Valadares, um para Ipatinga.”
Wallace comemora: “Em Governador Valadares, a entrega do luxuoso Absoluto será um acontecimento! Já todo vendido, nossa intenção é celebrar com festa a honra de cumprir o nosso compromisso. Além dele, são três outros edifícios em construção na cidade, e um já entregue.” Quais são os próximos? “Não é bom falar. A expectativa frustra o mercado, acredita? Lista de interesse futura não funciona, isso já percebemos nas vendas dos imóveis.”
Os números impressionam: em 2022 foram R$90 milhões em vendas; este ano, estamos batendo R$120 milhões; e, para 2024, deveremos fechar com R$200 milhões em vendas. Se Deus permitir.”
E Wallace está fazendo a parte dele, com coragem, determinação, competência e uma inabalável fé em Deus.

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