USIMINAS: TERNIUM E NIPPON STEEL PÕEM FIM ÀS DISPUTAS

O Vale do Aço comemora: os acionistas controladores da Usiminas, a ítalo-argentino Ternium e a japonesa Nippon Steel, anunciaram um acordo para encerrar disputas sobre a gestão da Usiminas que se arrastam desde 2014. A informação está em comunicado a investidores divulgado na noite desta quinta-feira (8).

O acerto inclui um pacto de governança, que prevê a indicação do presidente do conselho e do presidente executivo da companhia de forma alternada por cada um dos grupos. Ele também prevê mecanismos de saídas dos acionistas do capital da empresa e um compromisso de que vão encerrar as disputas judiciais envolvendo a empresa de forma amigável.

Desavenças

A disputa entre os sócios da Usiminas começou em 2014, quando a empresa anunciou a destituição do então presidente, Julián Eguren, e outros dois diretores, após votação no conselho de adminisitração. Eguren era ligado ao grupo Ternium e como seu substituto foi escolhido o executivo Rômel de Souza, mais próximo ao grupo Nippon. Por sua vez, Souza foi destituído da presidência em março do ano passado.

As empresas entraram em uma sequência de disputas de poder pela gestão da companhia, que desencadearam uma série de ações na Justiça. A solução do impasse era considerada tão difícil que até mesmo a cisão da companhia foi considerada, embora não avançou.

Nesse contexto, a Usiminas enfrentou uma grave crise e teve de fazer uma reestruturação financeira para evitar a recuperação judicial.

Dentro desse acordo, a Ternium pretende manter no cargo o atual diretor-presidente, Sérgio Leite, enquanto a Nippon deve nomear Ruy Hirschheimer presidente do conselho – o executivo foi presidente da Electrolux na América Latina e também comandou a trading Bunge no País. Inicialmente os mandatos vão até 2020, mas poderão ser renovados por mais 24 meses.

A diretoria será composta por seis membros, incluindo o diretor-presidente – as nomeações serão divididas de forma que cada sócio escolha os nomes de 50% dos executivos.

As partes acertaram que nenhum dos grupos poderá adquirir ações com direito a voto da Usiminas em circulação até o fim do atual acordo de acionistas – a não ser que tenha autorização da outra sócia. Ambas poderão, porém, vir a exercer o direito de preferência em eventual novas emissão de papéis.

 

Em comunicado, Ternium e Nippon afirmaram que o acordo tem a intenção de ampliar a parceria entre as sócias, melhorar a governança e ampliar a expansão da empresa.

 

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