Marie Curie, a mulher mais incrível de todos os tempos

Marie Curie, a mulher mais incrível de todos os tempos. Não apenas a primeira pessoa a ganhar dois Prêmios Nobel em diferentes campos científicos, mas também uma verdadeira pioneira que mudou o curso da ciência e da medicina.

Em 1911, Marie Skłodowska-Curie foi honrada com seu segundo Prêmio Nobel em Química pela descoberta do polônio e do rádio, aprofundando nosso entendimento sobre a radioatividade. Suas descobertas abriram novas fronteiras, não apenas na ciência, mas também na medicina, especialmente no tratamento do câncer.

Durante a Primeira Guerra Mundial, ela estabeleceu as unidades móveis de radiologia, conhecidas como ‘Little Curies’, que ajudaram médicos a tratar mais de um milhão de soldados feridos no campo de batalha. Seu trabalho revolucionário em radiação não apenas salvou vidas, mas também continua a inspirar novas abordagens para o cuidado ao fim da vida, garantindo que todos possam ter a melhor qualidade de vida possível até o final.

Marie Curie nos mostrou que o conhecimento é uma força poderosa que pode transformar o mundo. Que possamos seguir seu exemplo, buscando sempre entender mais e temer menos.

Em tempo:

No dia 18 de agosto de 1926, Guimarães Rosa, Juscelino Kubitschek e Pedro Nava, com idades entre 18 e 24 anos, assistiram a uma palestra sobre radioatividade e sua aplicação no tratamento do câncer no auditório da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em Belo Horizonte.

Não era uma palestra qualquer. Naquele dia, a UFMG recebeu a visita ilustre de Marie Curie, então com 59 anos. A cientista polonesa naturalizada francesa ganhou duas vezes o mais importante prêmio científico do planeta, o Nobel — o primeiro, de física, em 1903, e o segundo, de química, em 1911.

“Era pequena de estatura. Andava de vestido negro, saia arrastando. Apresentou-se sempre com a mesma roupa, mal penteada, mãos vermelhas maltratadas e vi suas botinas de salto baixo tendo abotoadas só o botão de cima”, descreveu o médico e escritor Pedro Nava em Beira-Mar (1978), o quarto volume de suas memórias. “Mas, ensinando, transfigurava-se e as suas palavras nosso anfiteatro iluminou-se ainda mais — como se passassem por suas paredes raios urânicos, centelhas radioativas e faíscas ferromagnéticas”.

Até hoje, apenas cinco cientistas, de um total de 954, ganharam dois prêmios Nobel. São eles: Marie Curie (física, 1903, e química, 1911), Linus Carl Pauling (química, 1954, e paz, 1962), John Bardeen (física, 1956 e 1972), Frederick Sanger (química, 1958 e 1980) e Barry Sharpless (química, 2001 e 2022).

Uma curiosidade: o recordista em premiações é o Comitê Internacional da Cruz Vermelha. Fundado em 1863 pelo filantropo suíço Henry Dunant, ganhou três vezes o Nobel da Paz: em 1917, 1944 e 1963.

Nos porões da Biblioteca Nacional da França, mantidos em caixas especiais com várias camadas de chumbo, encontram-se alguns dos documentos mais importantes da história da ciência.

Para poder consultá-los, os pesquisadores precisam vestir roupas de proteção e devem assinar uma declaração de consentimento em que eximem a instituição de qualquer responsabilidade.

São provavelmente os documentos mais bem guardados da biblioteca, que abriga alguns dos livros mais raros e antigos do mundo.

Mas o receio com que são mantidos esses cadernos vai além de seu valor para o conhecimento. O cuidado é tanto porque eles são altamente radioativos. Estamos falando dos cadernos de anotações de Marie Curie.

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